O tendão patelar é um ligamento que conecta dois ossos (patela e tíbia) e integra o aparelho extensor do joelho. Sua importância é fundamental nos movimentos do joelho.
As rupturas do tendão patelar são relativamente raras e geralmente unilaterais. A verdadeira freqüência com que ocorre na população de esportistas é desconhecida, mas são observadas mais frequentemente numa população de indivíduos com idade inferior a 40 anos.
O treinamento esportivo geralmente beneficia as qualidades e características dos tendões, porém, a intensidade e freqüência com que certas cargas são aplicadas aos tendões, podem ser, por vezes, perigosas e preocupantes. A capacidade de remodelação dos nossos tendões frente às cargas impostas é ainda motivo de pesquisas e interesse científico.
O mecanismo típico da lesão é a contração excêntrica violenta do músculo quadríceps com o pé fixo ao chão e o joelho flexionado na aterrissagem de um salto. Este mecanismo independe de um traumatismo direto sobre o joelho.
Nem só os atletas sofrem rupturas dos tendões, o que significa que cargas desproporcionalmente elevadas em relação à capacidade de resistência dos tendões podem provocar rupturas. Tendões doentes são vulneráveis, porém a maioria deles é assintomática, o que diminui a percepção do indivíduo sobre o problema. A força estimada para ocorrer a ruptura é superior a 17 vezes o peso corporal, porém tal intensidade pode ser atingida em algumas modalidades esportivas, sem que ocorra qualquer alteração do tendão. Tal fato se deve a múltiplos fatores de adaptação ao esforço e à condição genética.
A história mais frequente é o aparecimento de dor súbita e incapacidade de extensão ativa do joelho. O exame físico revela deformidade (patela alta ou luxada), inchaço, hematoma e limitação funcional. As radiografias avaliam a condição óssea da patela e os exames de ultrasom e ressonância magnética permitem a avaliação das características da ruptura (extensão e localização) e das lesões associadas.
A ruptura do tendão é totalmente incapacitante, resultando na inabilidade de realizar a extensão completa do joelho. Localiza-se no sítio de enfraquecimento do tendão, como resultado de degeneração crônica. Tal degeneração associa-se a microtraumas repetitivos e distúrbios de adaptação às cargas impostas durante a atividade física. O ponto de ruptura mais comum ocorre geralmente na transição entre o osso da patela (pólo inferior) e o início do tendão, mas pode ocorrer no meio do tendão ou na inserção óssea na tíbia .
Outros fatores predisponentes às rupturas são descritos como: múltiplas infiltrações de corticosteróides, usuários de esteróides anabólicos, diabetes, insuficiência renal crônica, artrite reumatóide, lúpus eritematoso sistêmico e nos usuários crônicos de corticosteróides. Os pacientes submetidos a algumas cirurgias do joelho também podem sofrer rupturas, como: artroplastias totais (próteses), reconstrução do ligamento cruzado anterior com enxerto do tendão patelar e após a remoção cirúrgica de áreas de tecido degenerado.
A intervenção cirúrgica precoce e adequada permite a recuperação do movimento e da força. Avanços recentes nas técnicas cirúrgicas permitem a reabilitação mais precoce dos pacientes operados e a utilização de enxertos (tendão do semitendíneo e grácil) para reforçar a sutura do tendão é também utilizada de rotina nos reparos cirúrgicos.
Degeneração não é inflamação e esta diferença pode ser avaliada por métodos de diagnóstico por imagem (ultrasom e ressonância magnética). A avaliação periódica dos principais tendões (patelar e calcâneo) permite a identificação das tendinopatias (doenças dos tendões), além de quantificar e localizar as áreas enfraquecidas, o que fornece informações importantes sobre o risco de rupturas.
Cuide dos seus tendões e bons treinos!