A osteocondrite dissecante do joelho é uma lesão que atinge a cartilagem e o osso logo abaixo dela e possui relação com a prática esportiva. Acomete mais freqüentemente as crianças, adolescentes e adultos jovens e são também chamadas de fraturas osteocondrais (“osteo”-osso e “condral“ – cartilagem).
A causa exata da OD é ainda desconhecida, mas há algumas teorias que tentam explicá-la. A teoria traumática afirma que a lesão seja causada pelo contato entre duas superfícies de cartilagem que se comprimem de forma intensa durante certos movimentos do joelho, causando uma lesão por contato. A teoria vascular explica que uma pequena artéria estaria obstruída, interrompendo o fluxo sanguíneo para o osso, causando um sofrimento dos tecidos ao redor.
Nem sempre conhecemos o início da lesão, pois a cartilagem de uma articulação não tem inervação, portanto o que dói não é a cartilagem e sim o osso que está logo abaixo dela (osso subcondral). Para que uma OD cause dor o osso deve ter sido afetado.
Os sintomas podem variar desde uma dor de instalação progressiva que piora com algumas posições de flexão e rotação do joelho, até o derrame articular (aumento da produção do líquido de lubrificação) e por último uma complicação mais grave que seria o destacamento parcial ou total de um fragmento de osso e cartilagem, formando aquilo que conhecemos como “corpo livre”. O corpo livre pode causar sensações de “algo se movendo” no joelho, provoca estalos por vezes dolorosos e pode causar até episódios de bloqueio da articulação.
O exame físico do joelho pode ser pouco específico para estas lesões mesmo nas mãos de um especialista, portanto é importante que se identifique a lesão através de radiografias simples complementadas pela ressonância magnética ou tomografia computadorizada. Tais exames não só identificam a lesão, como possuem a propriedade de avaliar as características do fragmento. Portanto, os exames são importantes para se determinar a gravidade da lesão, o potencial de cura e as complicações.
Muitas são as formas de tratamento. Inicialmente retira-se a carga do paciente, permitindo que ele caminhe sem o apoio no membro afetado durante algumas semanas, com o auxílio de muletas. Os imobilizadores do joelho podem ser usados para restringir os movimentos na fase inicial. A OD tem um bom potencial de cura espontânea na criança o que já não acontece no adulto jovem.
O tratamento cirúrgico está indicado nos casos onde o tratamento conservador falhou e nas complicações, como: destacamento parcial e total do fragmento. Várias técnicas são descritas para reparar a lesão, já que a superfície da cartilagem de uma articulação deve ser perfeitamente lisa e uniforme para o seu bom funcionamento.
Diagnosticar cedo uma lesão é prevenir complicações. Boa corrida!