Definimos a Síndrome Compartimental Crônica (SCC) como uma condição de aumento da pressão dos tecidos dentro de um compartimento fechado delimitado por osso e fáscia, que ocorre durante o exercício.
A SCC é uma das causas de dor na perna decorrente do exercício físico descrita em militares, esportistas ocasionais, atletas amadores e de elite. Os corredores são os esportistas mais acometidos pela SCC, principalmente nas idades entre 30 e 40 anos. A literatura descreve que 15% dos corredores competitivos e 5% dos recreativos apresentam a SCC em algum grau.
Alguns fatores podem ser considerados predisponentes para o desenvolvimento da SCC, como: traumatismos de baixa intensidade, inflamações crônicas, hérnias musculares, hipertrofia muscular induzida pelo uso de esteróides anabolizantes.
O aumento da pressão de um ou mais compartimentos acima dos níveis normais provoca uma redução do fluxo sanguíneo local, causando dor e alteração da função do músculo. O aumento crônico anormal da pressão de um ou mais compartimentos durante o exercício promove um espessamento da fáscia muscular e um desarranjo das fibras musculares, podendo gerar uma lesão irreversível.
O diagnóstico clínico se baseia principalmente nos dados da história do paciente durante e imediatamente após o exercício físico. Tais informações são fundamentais na suspeita diagnóstica, principalmente pelo fato do individuo ser assintomático no repouso e o exame físico ser frequentemente normal.
Os métodos de diagnósticos por imagem são falhos na identificação da síndrome.
O método diagnóstico ideal é a medida direta das pressões dos compartimentos nos períodos pré e pós-exercício. Os critérios diagnósticos na medida da pressão do compartimento são:
Dentre as formas de tratamento, a fasciotomia (descompressão cirúrgica do compartimento) é o tratamento de escolha para os pacientes desejosos de manter os níveis de treinamento praticados, enquanto o tratamento clínico apresenta resultados insatisfatórios na maioria das vezes.