As bursas são bolsas revestidas internamente por uma membrana chamada de “sinovial”. São capazes de produzir um líquido viscoso, com características de gel, chamado de líquido sinovial.
A principal função de uma bursa é contribuir para a proteção de choque e redução das pressões e o atrito entre duas estruturas vizinhas (tendões, ligamentos e ossos). A bursa trocantérica localiza-se fora da articulação do quadril, mais precisamente entre uma grande saliência óssea do fêmur (trocânter maior) e a banda iliotibial.
A bursite trocantérica é um processo inflamatório da bursa e pode ser encontrada em todas as pessoas e não somente em atletas. Mulheres corredoras são mais sujeitas ao aparecimento da bursite trocantérica. O sintoma mais frequente é a dor localizada na região lateral do quadril, podendo ser acompanhada de inchaço local, vermelhidão de pele e dor ao toque. O paciente também sente dificuldades para dormir apoiado sobre o lado da inflamação.
Os sintomas são de instalação progressiva durante a corrida e geralmente surgem com o tempo. A dor pode limitar os movimentos do quadril durante a aterrissagem de uma passada e nos casos mais intensos, interromper a corrida.
A bursite também pode ter instalação aguda quando ocorrem traumatismos diretos sobre o quadril durante as quedas. A inflamação é imediata da bursa, promovendo a distensão de suas paredes pelo aumento de produção de líquido.
Algumas doenças reumáticas, como a gota e a artrite reumatóide, podem se manifestar como bursites. Alguns ferimentos de pele infectados podem vir acompanhados de bursites nas áreas próximas.
O diagnóstico abrange uma avaliação médica baseada na história clínica, exame físico e exames de diagnóstico por imagem. O exame físico pode revelar um inchaço local (aumento do volume da região lateral do quadril), palpação e movimentação dolorosa do quadril.
O diagnóstico por imagem é realizado através dos exames de ultrassonografia e por ressonância magnética. A ultrasonografia permite identificar as bursas e determinar suas dimensões, além de revelar algumas características de seu conteúdo, enquanto que a ressonância magnética possibilita uma identificação mais anatômica da bursa, além de afastar outros diagnósticos, como as lesões articulares e as sinovites. A imagem de distensão da bursa com o acúmulo de líquido confirma o diagnóstico. As radiografias simples do quadril em duas posições são geralmente normais.
O tratamento baseia-se na redução do processo inflamatório com medicação antinflamatória, infiltração de corticosteróides por prescrição médica, métodos de fisioterapia e punções aspirativas. A redução das atividades esportivas é necessária para que haja a redução do processo inflamatório.
Nos casos recidivantes o tratamento cirúrgico com ressecção da bursa pode ser indicado
Bons treinos!