Os meniscos são discos de fibrocartilagem em forma de “C” situados entre as superfícies articulares do fêmur e da tíbia. Cada joelho contem dois meniscos, um medial e uma lateral.
A composição dos meniscos é basicamente de fibras de colágeno em 70% de sua estrutura e são dispostas em três camadas, onde juntas permitem a dissipação das forças compressivas, que surgem durante todos os movimentos.
Os meniscos apresentam uma função importante na transmissão de cargas no joelho e estão intimamente ligadas as suas formas e composições. As formas dos meniscos, por exemplo, permitem que eles se adaptem as superfícies do fêmur e da tíbia em todos os ângulos de flexão do joelho.
Durante uma caminhada ou uma corrida, as cargas geradas são transmitidas da perna para a coxa, passando pela articulação do joelho, o que necessariamente gera uma aproximação e compressão dos meniscos.
As outras funções dos meniscos são: promover e ampliar a estabilidade da articulação, gerar informações sobre a posição do joelho (propriocepção), distribuir o líquido de lubrificação articular (sinovial) e seus nutrientes, proteger a cartilagem articular e ampliar a área de contato entre o fêmur e a tíbia.
O papel biomecânico que o menisco desempenha é de particular importância na saúde dos nossos joelhos, portanto as lesões podem gerar efeitos negativos para a articulação.
As lesões dos meniscos ocorrem durante as torções do joelho ou como evolução das degenerações que ocorrem ao longo da vida esportiva.
A distribuição das lesões entre indivíduos do sexo masculino e feminino ocorre na relação de 2,5 a 4 :1 e geralmente as lesões agudas são mais frequentes na faixa etária dos 20 a 30 anos nos homens, enquanto que as lesões degenerativas são mais frequentes nos indivíduos com idade superior a 40 anos.
Os meniscos do joelho foram descritos inicialmente como “estruturas sem função” e desta maneira foram rotineiramente removidos nas lesões durante cirurgias realizadas entre 1800 e o início do século XX.
As retiradas totais dos meniscos (meniscectomias) continuaram inabaláveis até o ano de 1936, quando King demonstrou a importância dos meniscos na prevenção da artrose. King constatou alterações degenerativas do joelho, que surgiram após as cirurgias de ressecção total, apontando para a necessidade dos cirurgiões preservarem os meniscos na medida do possível. À partir desta constatação muitas técnicas surgiram com o objetivo de remover a lesão e preservar ao máximo as partes normais do menisco ou mesmo repará-lo com suturas e outros métodos, quando possível.
A remoção do menisco diminui a área de contato entre o fêmur e a tíbia de 33% a 50%, resultando em 200% a 300% de aumento das cargas de contato, o que de certo promove um maior desgaste da cartilagem articular.
Fairbank em seu clássico artigo publicado em 1948, proporcionou documentação suficiente com grandes evidências radiográficas dos efeitos negativos das ressecções totais dos meniscos (meniscectomias totais).
Os estudos mais recentes buscam o desenvolvimento de técnicas de reparo e regeneração dos tecidos humanos com o objetivo de reconstituir um tecido lesionado da maneira mais próxima do tecido original, o que de certo traria mais saúde para nossos joelhos.
Proteja seus joelhos e bons treinos!