A cartilagem que reveste nossas articulações é também chamada de “hialina” e possui algumas particularidades interessantes: não apresenta vascularização, rede linfática e inervação.
Tais características anatômicas justificam em parte o ambiente desfavorável para o diagnóstico e também para as condições de reparo de lesões.
As lesões da cartilagem articular são mais frequentes do que se imagina, e a grande maioria não é diagnosticada por falta de sinais e sintomas.
Durante muito tempo, o termo “condromalácia”, foi popularizado pelo uso e utilizado de forma errônea para englobar todo e qualquer diagnóstico responsável pelo surgimento de dor de uma articulação, muito embora existam diversas causas diferentes capazes de gerar dor.
Podemos classificar as lesões de cartilagem de várias formas e dentre elas, a profundidade com que a lesão abrange a sua espessura. Lesões mais simples e superficiais são chamadas de grau 1, lesões graus 2 e 3 acometem parte ou a espessura total sem atingir o osso, enquanto as lesões grau 4 atravessam a espessura total da cartilagem, atingindo o osso que se encontra debaixo dela.
A ausência de inervação na cartilagem articular significa que a lesão de sua estrutura não gera dor, com exceção das lesões profundas classificadas como grau 4, pois atingem o osso que se situa abaixo dela.
O diagnóstico clínico das lesões da cartilagem articular pode ser dificultado muitas vezes em decorrência da pobreza de sintomas. Grande parte dos pacientes com lesões da cartilagem articular não apresenta sintomas ou significante incapacidade.
Quando existem, as queixas mais frequentes das lesões da cartilagem articular são: inchaço, falseio, bloqueio, estalidos e rangidos.
A dor proveniente da lesão da cartilagem articular surge decorrente de alguns fatores: exposição óssea, derrame articular (inchaço da articulação), pois distende a cápsula articular e provoca um desconforto, com limitação de movimentos.
O corpo livre articular é um fragmento de cartilagem (com ou sem um fragmento ósseo associado) que se soltou do local de origem e migrou para dentro da articulação. Os sintomas podem variar desde dor, derrame até o bloqueio articular.
A ressonância magnética tem a propriedade de diagnosticar os tipos de lesões de cartilagem, classificá-las segundo a extensão e profundidade e localizá-las espacialmente, importantes informações na determinação do tratamento a ser seguido. Permite também avaliar a evolução da lesão após um procedimento cirúrgico.
Cuidado, afirmar que a dor de sua articulação se deve a uma “condromalácia” pode significar que o verdadeiro diagnóstico ainda não foi feito!
Bons treinos.