O joelho é a maior e mais complexa articulação do organismo e depende de um conjunto de ligamentos, músculos e tendões para funcionar apropriadamente. Há dois ligamentos localizados na região central do joelho, o ligamento cruzado anterior (LCA) e o ligamento cruzado posterior (LCP).
O LCA conecta a tíbia ao fêmur e tem como função principal impedir o movimento de deslizamento da tíbia para frente.
A lesão é uma rotura do ligamento, que mesmo de pequeno tamanho pode provocar sintomas como dor, inchaço, limitações de movimento e sensação de falseio e insegurança no joelho.
Um dos mecanismos da lesão do LCA ocorre durante um impacto direto, provocando um movimento rotacional anormal do joelho. Muitas das lesões do LCA ocorrem sem que haja o contato do joelho contra um adversário ou objeto.
As lesões sem contato podem ocorrer quando o atleta muda subitamente de direção ou pára bruscamente durante a corrida ou aterrizagem inadequada de um salto.
No momento da lesão, pode-se sentir ou até ouvir um estalo acompanhado de dor súbita, seguida de uma incapacidade de continuar a correr ou mesmo de apoiar o pé no chão.
O inchaço surge nas primeiras horas e freqüentemente é originado de um sangramento interno decorrente da lesão, o que leva à dificuldade para flexionar ou estender o joelho completamente. Grandes inchaços podem provocar dores intensas nos primeiros dias e então começam a diminuir.
As lesões de LCA causam freqüentemente um desconforto importante com restrições da prática de esportes, o que leva o atleta a procurar um médico.
O diagnóstico se faz a partir dos dados da história e de um exame físico minucioso. Entretanto, há lesões de diagnóstico clínico difícil onde os exames de imagem, tais como as Radiografias e mais especificamente o exame de Ressonância Nuclear Magnética tornam-se instrumentos úteis para a confirmação diagnóstica e identificação de outras lesões não previstas no exame clínico.
Muitos fatores devem ser considerados pelo paciente e pelo especialista quando determinam o tratamento adequado. Estes fatores incluem a idade, as condições clínicas, o nível de atividade, as expectativas do paciente, a presença de lesões associadas e a intensidade da instabilidade apresentada.
Um paciente jovem que deseja retornar à prática esportiva e apresenta sensações de falseio no joelho, com instabilidade evidente no exame clínico será beneficiado amplamente com uma cirurgia.
Os índices de sucesso nas cirurgias de reconstrução de LCA têm mostrado que mais de 90% dos pacientes retornam aos esportes e atividades de vida diária sem sintomas de instabilidade no joelho.
A fisioterapia possui um papel fundamental nas lesões do LCA, tanto na reabilitação do paciente operado, como no preparo para a cirurgia, restaurando o movimento completo do joelho, resgatando a força muscular, o equilíbrio e finalmente o treinamento de gestos específicos do esporte praticado no final da fase pós-operatória.
As técnicas atuais se baseiam no conceito de reconstrução do LCA através da utilização de enxertos retirados de um ou mais tendões do próprio paciente que quando adequadamente preparados e fixados no fêmur e na tíbia, passam a se comportar como um novo ligamento. Após algum tempo da cirurgia, o “NOVO LCA” passa a receber nutrição de vasos sanguíneos, tornando-se um ligamento vivo.
Alguns estudos estão sendo realizados em vários paises do mundo com o objetivo de se conhecer melhor os fatores envolvidos nas lesões do LCA, já que ainda não temos a resposta de uma prevenção eficiente.
Bons Treinos!