Os quadris participam ativamente na geração de movimento, equilíbrio e força, durante a corrida, o que os tornam também vulneráveis ao aparecimento de lesões.
A articulação do quadril é formada pelo contato da cabeça do fêmur, que possui uma forma esférica, com o acetábulo (concavidade da bacia). Outras estruturas são importantes no quadril e completam o encaixe entre cabeça do fêmur e o acetábulo, dentre elas, o labrum acetabular.
O labrum é uma fibrocartilagem semelhante ao menisco do joelho, localizado ao redor do acetábulo e apresenta funções importantes, como:
O movimento do quadril é amplo e definido pelo perfeito encaixe entre os dois ossos, com suas superfícies lisas e lubrificadas, portanto qualquer alteração na forma dos ossos ou nas condições da cartilagem que os reveste, poderá gerar lesões adicionais ou até mesmo o desenvolvimento de uma artrose (degeneração da articulação).
O conceito de sobrecarga esportiva também pode ser aplicado aos quadris, embora a predisposição anatômica de cada pessoa também tenha importância na origem das lesões. A sobrecarga pode ser proveniente de anos de treinamento irregular em modalidades de longa duração ou naquelas onde ocorram movimentos bruscos e vigorosos de rotação e compressão dos quadris (tênis, futebol, golfe).
O impacto repetido da articulação do quadril pode provocar uma lesão do labrum e da cartilagem articular e até evoluir para uma degeneração.
Algumas alterações da anatomia do quadril de origem genética podem evoluir para a lesão do labrum: a posição do acetábulo virado para trás (retroversão), mais comum em mulheres ou a conformação da cabeça do fêmur mais ovalada e não esférica como deveria ser, mais comum em homens.
O quadro clínico comum é a dor na região inguinal (virilha) com ou sem irradiação para a parte interna da coxa após o esforço físico. É freqüente atribuir a dor a uma causa muscular ou a uma tendinopatia (inflamação ou degeneração de tendão).
A história clínica e exame físico minucioso evidenciam dor a algumas manobras, simulando o que acontece de real na articulação durante o movimento no esporte. As radiografias são importantes na avaliação complementar, assim como os exames de ressonância magnética.
As lesões agudas podem ser tratadas de forma conservadora com a utilização de antiinflamatórios e analgésicos sob prescrição médica, interrupção dos movimentos que contenham impacto durante um período de 1 a 6 meses e fisioterapia. A persistência dos sintomas exige uma mudança de conduta e reavaliação dos resultados e objetivos.
O tratamento cirúrgico reserva-se aos pacientes com dor persistente e que pretendem retornar às atividades físicas ou profissionais. A artroscopia é uma técnica cirúrgica que possibilita ampla visão da articulação e permite a remoção de lesões e deformidades geradas pelo impacto.
Nos casos graves onde exista uma degeneração avançada da articulação, são menores os benefícios da artroscopia, levando o médico a considerar outras técnicas para tratamento da articulação lesionada.
Previna suas lesões. Faça o diagnóstico precoce.